terça-feira, 18 de dezembro de 2012

E quando penso que tu me saíste finalmente da cabeça... Eis que reentras na minha vida. Eis que te insinuas novamente na minha mente, sem quereres saber de eu ser casada e com um filho de dois meses. Será masoquismo? Porque não deixo de pensar em ti? Porque está tão gravado nos meus lábios o teu beijo? Nas minhas mãos e corpo o teu toque quente? Nas minhas entranhas o meu desejo por ti? Quero lá saber que já sejas padre! Nunca gostei de ninguém como de ti, nunca gostarei de ninguém como de ti. Desejo-te ardentemente, arde-me o interior do corpo com a tua ausência, chora o meu coração pelo que nunca poderá haver por causa da tua cobardia. Podíamos ter sido tão felizes, Miguel... Mas não, tiveste medo, deixaste que te dissessem que o seminário era mais seguro. Destruíste-me a vida há quase 6 anos, e seguiste impune. E eu pensei que finalmente esta ferida no meu coração tinha sarado. Mas bastou-me ver a tua foto, ordenado, na "tua" paróquia. Com a tua cara de "santo". Enojaste-me! Mas ao mesmo tempo, fizeste-te desejar. Acordaste o meu desejo novamente. Amo o meu marido... mas neste momento desejo-te tanto, tanto, tanto. Estou derretida por dentro, anseio pelo teu toque. Pior de tudo é saber que foste colocado na paróquia onde eu trabalho. Com tanta extensão de Portugal, fui colocada lá... e tu também! Porquê? Que me quer provar esta entidade superior? Que nunca te poderei ter? Eu já sei disso. Mas não torna as coisas mais fáceis. Odeio-te tanto, Miguel! Já te tinha enterrado. Porque tinham que me vir mostrar que conseguiste ser ordenado? Devia ter-me vingado de ti. Devia ter apresentado queixa. Devia ter feito muita coisa, em vez de pensar que me ficarias grato por não o fazer. Não ficaste, deixaste de me falar. Gostava de te ter visto lidar comigo, "a tentação". Que seria então da tua força? Da tua temperança? Sim, afastei-me da Igreja. Da mesma maneira que me aproximaste dela, fizeste-me afastar. Representas agora para mim toda a corrupção que existe aí. Toda a hipocrisia. Enojas-me. Mas ao mesmo tempo desejo-te. Que espécie de pessoa sou eu?... Enojas-me, desejo-te, detesto-me.

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